segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Padrão de camaleão?

Padrão de camaleão?
Há no Antigo Testamento uma forte evidência de que  o Rei dos Céus não é favorável ao rebaixamento dos padrões para prosélitos que estariam dispostos a adotar as características morais dos hebreus. Embora, na oração de dedicação do templo de Salomão fique explícito que o templo seria para todos, àqueles que quisessem adorar no templo seriam exigidos os mesmos padrões determinados a um hebreu de origem.

Tal exigência está manifesta na Torá em vários trechos, mas, em Números 15: 29-31 há explicações sobre como tratar moralmente a falha dos hebreus e dos estrangeiros, sendo dada como arquétipo uma só lei para ambos os grupos.

É instigante que a questão moral, para Deus, não está atrelada à questão cultural, antropológica, mas, os erros, de acordo com o texto, são abordados através de uma só lei, não sendo consideradas diferenças culturais,  maneiras de interpretar o mundo ou maneirismos filosóficos. O texto não deixa dúvidas: “ Para o natural dos filhos de Israel, e para o estrangeiro que no meio deles peregrina, uma mesma lei vos será, para aquele que pecar por ignorância. Mas a pessoa que fizer alguma coisa temerariamente,  quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao SENHOR; tal pessoa será extirpada do meio do seu povo.  Pois desprezou a palavra do SENHOR, e anulou o seu mandamento; totalmente será extirpada  aquela pessoa, a sua iniquidade será sobre ela”.

A noção de que haja um único padrão parece não ser considerada ou compreendida pela maioria dos que se identificam como os remanescentes hodiernos. Estamos vivendo dias nos quais o perfil de camaleão parece ser o mais adequado para estar na comunidade dos filhos de Deus; esta situação recebe a jeitosa definição de adequação cultural, adequação esta que é tracejada pelo próprio clero, envolvidos na tarefa de atrair camadas da sociedade que estão profundamente arraigadas ao secularismo atual que, se fossem colocados frente a frente com o evangelho tal como pregaram os antigos, não poderiam ser alcançados e se perderiam. Por esse motivo, há uma tentativa de tornar o evangelho mais agradável, menos ofensivo, pois o padrão moral defendido pelos que antecederam  já  está “démodé”.

Os que estão na congregação dos santos desde o século XX, têm convivido com um enorme problema por causa da checagem que são obrigados a realizar entre o padrão que lhes foi entregue pelo clero do século passado e aquele que está sendo ensinado no novo século. Há como que uma sensação de controvérsia entre os mais antigos e os mais novos, sendo que aqueles são submetidos ao desprezo pela imposição da pecha de retrógrados. Esta situação leva a uma instabilidade da sociedade da igreja que contraria os princípios dos dez mandamentos.

Considerando que no antigo testamento todos eram tratados com o mesmo padrão moral, como ficam as ideias tão aceitas e defendidas pelo clero jovem de que à parte da população das grandes cidades afetadas pelo ambiente pós-moderno deve-se anunciar um evangelho menos duro, mais simpático, sem muitas exigências, sendo necessário esconder, inclusive, o nome da igreja para não assustá-los? Há uma dicotomia agora em pleno andamento dentro dos arraiais do sétimo dia, a qual divide os membros em dois grupos: os pós-modernos e os retrógrados. Há também uma sensação de que algo vai dar errado. E se der errado, como se poderá corrigir tal dicotomia, considerando que no final haverá um só rebanho e um só pastor?